Cartografia
Tabula Rogeriana, 1154 - upside-down with north oriented up [Wikimedia] |
Baia do Espirito Santo, 1850. |
Velho mapa da Capitania do Espirito Santo. |
Capitanias brasileiras. |
As minhas maiores dificuldades na realização deste mapa foram manter um "certo nível" de exatidão com as referências reais, evidenciar aspectos topográficos e hidrográficos importantes, e finalmente manter a gama de cor reduzida. Na medida que os detalhes eram importantes a interpretação destes se tornou uma atividade complexa e bem interativa... precisava ficar olhando áreas semelhantes para assim manter a coerência no tratamento gráfico.
Mapa completo da cidade de Vitória, ES, com resumo dos aspectos de relevo, topografia, hidrografia. 280 x 190 cm de altura. |
Os aspectos mais importantes do processo
Para evidenciar os aspectos do relevo realizei recortes topográficos no mapa de referência, que criei no Google Maps, e os inseri como camada auxiliar. Nesta camada deixei somente o que interessava, apagando todo o resto. Isto me permitiu duplicar a camada e trabalhar diretamente sobre ela interpretando os relevos com maior facilidade.Os acidentes geográficos importantes foram evidenciados com cores mais saturadas e com um pouco mais de detalhe... Ainda não tenho certeza que este método pode ser o melhor, porque se tornou em certos casos complicado e demorado... ficaria mais fácil ter uma representação aproximada, inspirada em fotos disponíveis a partir de uma mesma orientação ou ponto de vista.
Para facilitar e guiar o padrão de cores colei no trabalho "in-progress" recortes de parte dos trechos do mapa já terminados, assim ficou fácil seguir o standard e conhecer bem a emenda entre eles, este método é muito eficiente, fácil e bastante obvio.
Uma camada que denominei "bluelines", foi usada como rascunho para traçar ou delimitar áreas continuas de mata e outros tipos (agricultura, mangues, descampados, etc.), isto facilitou o preenchimento destas áreas com tintas planas ou quase, sem me preocupar com os detalhes em demasia. As linhas tinham a cor do matiz aproximado para o preenchimento, isto podia ser feito com a imagem quase completa e usando o zoom para a finalização das áreas. De outra forma, fazendo pedacinho por pedacinho, seria bem difícil manter a gama controlada e no final ficaríamos demasiadamente preocupados nos pequenos detalhes, que no final poderiam ser bem pouco importantes ou talvez nem serem vistos.
Detalhe do trabalho de um setor do mapa no Mypaint. |
da vista por satélite do mapa do Google, mas em seguida abaixei bem o nível de saturação e, ao mesmo tempo reduzi notavelmente a gama de cores. Neste processo usei o Gimp, usando seleção de cor e substituindo-as por outras... quando consegui o equilíbrio ideal, com dez cores aproximadamente... usei esta imagem para criar uma paleta e seguir tratando e colorindo os outros trechos do mapa.
Surpresas sempre acontecem
No meio do trabalho eu tive uma surpresa desagradável quando minha wacom tablet parou de funcionar numa faixa de uns 2 cm... isto me obrigou a usar uma Monoprice 10x6 (UC-Logic WA60). Para isto tive que rever a dinâmica de alguns dos pinceis que estava usando, a UC-Logic me pareceu inicialmente um pouco mais dura e notei uma certa dificuldade para controlar o traço com o zoom a 100% mas acabei resolvendo isto incrementando o controle de Tracking no Mypaint.Resumindo o método
Para diminuir o peso da imagem dividi o mapa em 8 setores ou faixas. Estes setores no MyPaint mediam por volta de 60 x 70 cm a 300 ppi (7000 x 8700 pixels). No Gimp cada um destes setores, quando abertos, chegavam a ter 3 ou mais Gb e não era recomendável trabalhar diretamente na imagem completa, como também seria mais difícil resolver os detalhes... pois uma imagem maior necessitaria zoom bem maiores e o processo de subir e descer ficaria bem mais longo e chato.Pequena amostragem dos arquivos usados no trabalho. |
Construindo um set de pinceis para o trabalho
Para a camada do tráfego usei a série de pinceis fixos, tipo rapidograph, que criei para o MyPaint, estavam somente esboçados durante o trabalho, mas ontem finalmente os terminei... simplificando-os e inspirando-me em alguns pinceis do Ramon Miranda e do Revoy... mas com atenção na simplicidade e mantendo a curva de pressão linear standard na preferência do Mypaint. Isto deve permitir a fácil migração dos pinceis para varias maquinas e tablets diferentes.Um conselho aos projetistas de pinceis para Gimp, Krita ou MyPaint é manter o fluxo das curvas de pressão dentro do standard e lineares... isto tem que ser feito na instancia do programa (Gimp e Mypaint) e também nas preferencias de sistema (no caso de tablets da Wacom). Isto garante a migração para outros gostos e usos sem dificuldades.
Samples dos pinceis para o MyPaint 1.1 Linux. |
Serie dos pinceis para desenho no Mypaint. |
Futuramente irei abrir um outro repositório, pois o code.google vai para de receber novos uploads a partir de janeiro do próximo ano.
Samples dos pinceis que criei no Gimp pra simular telhados, casas e áreas industriais do mapa. |
Lembrete: o Zabadal testou este set na versão do MyPaint 1.0 para Windows e teve algumas surpresas, pois os pinceis não funcionam como deviam. Os pinceis foram projetados na versão 1.1 para o linux (ubuntu-gnome 12.04) via ppa e nos meus testes funcionam bem.
Conclusões
O MyPaint se demonstrou um programa altamente performático para trabalhos de grande dimensão... no final cheguei a trabalhar em setores com mais de 120 Mb medindo 7000 x15000 pixels e, como já escrevi, tudo funcionou perfeitamente e em modo muito rápido... como se estivéssemos trabalhando com um arquivo muito pequenos. Já o Gimp usei para recortes e preencher extensas áreas das cidades sobre a camada 'tráfego' (ruas, avenidas, rodovias, etc) com os pinceis que fiz para isto.
O Gimp não conseguiu competir em velocidade e facilidade de pintura... é claro que MyPaint não tem os recursos dele... eu achei muito a falta das ferramentas para preenchimento de cor e seria ótimo o lazy brush [http://forum.intilinux.com/mypaint-development-and-suggestions/lazy-brush/].
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